As chamadas doenças ocupacionais atingem de maneira direta a saúde e o bem-estar dos colaboradores.
Segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as longas jornadas de trabalho são fatores de risco para aumentar as doenças ocupacionais.
Dada a gravidade do tema, ao longo deste conteúdo, será possível compreender melhor o assunto e saber como evitar as doenças ocupacionais.
Tenha uma excelente leitura!
O que é doença ocupacional?
As doenças ocupacionais são condições que surgem no ambiente de trabalho, incluindo problemas de saúde físicos e mentais.
Segundo o artigo 20 da Lei n. 8.213/1991, a principal característica da doença ocupacional é estar relacionada com o ambiente de trabalho, afetando os colaboradores de maneira silenciosa.
Podendo ocorrer por meio de inúmeros fatores, é importante conhecer os tipos de doenças ocupacionais:
- Por repetição: todas aquelas doenças causadas por conta de atividades que demandam ações repetitivas, por exemplo, o fato de digitar por muito tempo.
- Auditiva: atinge os trabalhadores que atuam expostos de maneira direta ao barulho de máquinas e/ou ferramentas.
- Respiratória: acomete colaboradores expostos a ambientes com resíduos que prejudicam o sistema respiratório.
- Psicossociais: comum em profissionais que atuam em locais estressantes e desgastantes, incluindo falta de reconhecimento, alta pressão, assédio e excesso de trabalho.
Conheça as principais doenças ocupacionais
As doenças ocupacionais podem ser classificadas por tipos e gravidades. Conhecê-las faz toda a diferença, a fim de ajudar a evitá-las. Desse modo, as principais e mais comuns são:
Lesão por Esforço Repetitivo (LER)
A LER afeta os músculos, tendões e nervos, principalmente de mãos, punhos, cotovelos e ombros. Essa lesão é desencadeada por movimentos de repetição ou pela postura errada por longos períodos.
Muitas vezes, a LER está relacionada com atividades laborais que demandam o uso contínuo de computadores, trabalhos manuais repetitivos ou esforço constante.
Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair)
Trata-se de uma condição irreversível causada pela exposição prolongada a níveis elevados de ruído no ambiente de trabalho. É um tipo de perda auditiva que acontece de maneira gradual, tendo como resultado danos às células do ouvido interno, responsável em transformar as vibrações sonoras em impulsos nervosos.
Antracose pulmonar
Como o nome sugere, é uma doença que atinge o pulmão, em sua maioria daqueles profissionais mais expostos a partículas nocivas à saúde, como os que atuam em áreas têxteis e de carvoaria.
Tosse e dificuldade de respirar são alguns dos sintomas que acometem aqueles empregados que não fazem o uso correto dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
Asma ocupacional
A asma ocupacional é uma doença respiratória causada pela exposição a látex, poeira, produtos químicos etc. Ela provoca uma inflamação das vias aéreas, podendo causar dificuldade para respirar, tosse e chiado no peito.
Transtornos mentais
Os transtornos mentais fazem parte das principais doenças ocupacionais, destacando-se o estresse, a depressão, a ansiedade, a enxaqueca, a síndrome de Burnout e as dores musculares. Todas são comuns em ambientes conflitantes ou que tenham pressões exageradas, afetando o psicológico do colaborador.
Trabalhador: saiba quais seus direitos e como evitar as doenças ocupacionais
Todos os trabalhadores que tiveram a saúde prejudicada no local de trabalho têm direitos assegurados por lei.
Por serem vistas como acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais demandam o preenchimento do formulário de Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), garantindo assim os seguintes direitos:
- Despesas médicas: assim que a doença é comprovada como ocupacional, todas as despesas médicas passam a ser obrigação da empresa.
- Auxílio-doença acidentário: a empresa deve pagar ao funcionário afastado os 15 primeiros dias. Após esse período, ele tem direito a receber o auxílio-doença do INSS.
- Estabilidade provisória: aquele trabalhador que adoece no trabalho deve ter uma estabilidade de, no mínimo, 12 meses, ficando isento de ser dispensado, com ou sem justa causa.
- Danos morais: indenização que o trabalhador pode receber nos casos em que sofreu algum tipo de dano moral ou psicológico, decorrente da doença ocupacional.
- Pensão: quando a doença ocupacional deixa o trabalhador incapaz, ele passa a receber uma pensão vitalícia por parte da empresa.
Outro ponto importante é a prevenção dessas doenças, o que vai além do uso de EPIs. é necessário ter também uma cultura organizacional focada em valorizar a vida dos trabalhadores.
As doenças ocupacionais podem ser reduzidas com alguns passos simples por parte da empresa, sendo obrigação dela:
- fornecer EPIs, bem como orientar, treinar e fiscalizar os trabalhadores para o uso correto;
- explicar sobre os riscos que o colaborador pode estar exposto, incluindo os perigos presentes em casos de negligência;
- padronizar os processos produtivos;
- promover capacitação contínua;
- incentivar a realização de exames periódicos;
- incentivar hábitos saudáveis de maneira geral.
Assim, pode-se entender que as doenças ocupacionais podem ser evitadas se o empregador e os empregados estiverem envolvidos com esse objetivo.
Lembre-se de que a saúde e a integridade física dos funcionários devem ser priorizadas, sobretudo, através do incentivo a hábitos saudáveis e ao uso correto de equipamentos de proteção.
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