Equiparação salarial: como comprovar as indiferenças e buscar por reparação? - CLC Fernandes

Equiparação salarial: como comprovar as indiferenças e buscar por reparação?

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Veja o que é, como comprovar e buscar reparação por equiparação salarial

A equiparação salarial é um direito garantido pela legislação trabalhista brasileira, mas que ainda gera muitas dúvidas entre trabalhadores e empregadores. 

Em um cenário onde a igualdade de oportunidades e a valorização do profissional ganham cada vez mais relevância, compreender esse conceito é fundamental para quem busca justiça no ambiente de trabalho.

Ao longo deste conteúdo, será possível entender o que é equiparação salarial, como identificar possíveis diferenças injustificadas, quais documentos e provas são necessários e, por fim, quais caminhos seguir para buscar reparação. Boa leitura!

Equiparação salarial

A equiparação salarial é um direito que garante que profissionais que exercem a mesma função, com igual produtividade e perfeição técnica recebam o mesmo salário. Esse direito está previsto no artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Em termos simples, se você e outro colega desempenham exatamente as mesmas atividades, na mesma empresa e nas mesmas condições, mas recebem salários distintos, pode existir aí um caso de necessidade de equiparação.

Vale lembrar: a Lei da Igualdade Salarial, em vigor há mais de dois anos, não protege apenas contra diferenças salariais explícitas, mas também contra situações disfarçadas, como a atribuição de títulos diferentes para a mesma função.

Quando existe de fato o direito à equiparação?

Nem sempre uma diferença salarial significa uma irregularidade. A lei prevê alguns critérios que devem ser atendidos para que a equiparação seja válida. Entre eles:

  • Mesma função: é preciso comprovar que os trabalhadores em questão exercem atividades idênticas no dia a dia, não apenas cargos com nomes semelhantes.

  • Produtividade e perfeição técnica equivalentes: se um profissional desempenha suas tarefas com maior qualidade ou rapidez, isso pode justificar diferenças.

  • Mesmo local de trabalho: os profissionais devem atuar na mesma empresa e na mesma localidade.

  • Diferença de tempo na função inferior a dois anos: se o colega comparado está há mais de dois anos na função, a empresa pode alegar que essa experiência justifica o salário maior.

  • Inexistência de plano de cargos e salários válido: caso a empresa possua um plano formal, homologado e seguido corretamente, as diferenças podem ser justificadas.

Como comprovar diferenças salariais?

A grande dúvida de muitos trabalhadores é: como provar que existe, de fato, uma desigualdade injusta? A Justiça do Trabalho admite vários tipos de provas. Confira:

Documentos

  • holerites ou contracheques que mostrem claramente a diferença de salários;
  • contratos de trabalho onde constam as funções e cargos.
  • planilhas internas ou comunicados da empresa que indiquem a função real desempenhada.

Testemunhas

Colegas de trabalho podem ser convocados para confirmar que você e o profissional usado como referência exercem as mesmas atividades.

Descrição de atividades

Relatórios de tarefas, metas ou até e-mails corporativos podem servir de prova para mostrar que as funções são idênticas.

O que fazer ao identificar a desigualdade?

Se você percebeu que pode estar em uma situação de equiparação salarial, existem alguns passos práticos que podem ser seguidos:

Converse com a empresa

O primeiro passo é buscar um diálogo interno. Muitas vezes, a diferença pode ter sido um erro administrativo ou pode ser resolvida de forma amigável.

Procure apoio do sindicato

O sindicato da categoria pode ajudar com orientações, além de intermediar negociações com a empresa.

Aja juridicamente

Se não houver acordo, o trabalhador pode ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho. Nesse caso, é essencial contar com a ajuda de um advogado especializado em Direito Trabalhista.

Quando a Justiça reconhece o direito à equiparação salarial, o trabalhador tem direito a:

  • Diferença de salários: receber os valores retroativos referentes ao período em que houve a desigualdade.

  • Reflexos em benefícios: férias, 13º salário, FGTS e horas extras devem ser recalculados considerando o novo valor salarial.

  • Atualização monetária: os valores são corrigidos de acordo com índices legais, garantindo que o trabalhador não saia prejudicado.

Entenda a importância da equiparação

A equiparação salarial vai muito além da questão financeira. Ela representa respeito, reconhecimento e igualdade dentro do ambiente corporativo. 

Quando trabalhadores recebem o mesmo salário por desempenharem a mesma função, há um incentivo à motivação e à confiança na empresa.

Já para os empregadores, garantir salários justos fortalece a imagem da marca, atrai talentos e reduz o risco de ações trabalhistas que podem gerar custos elevados.

Outro benefício seria o financeiro. Segundo os Ministérios do Trabalho e das Mulheres, a igualdade salarial entre homens e mulheres, por exemplo, seria capaz de injetar até R$ 95 bilhões ao ano na economia.

Buscar a equiparação salarial não é apenas uma questão de ganhar mais, mas de conquistar aquilo que é justo. 

Seja trabalhador ou empregador, o importante é compreender que a valorização do profissional deve ser medida pelo que ele entrega, e não por fatores externos ou preconceituosos. Afinal, quando a justiça se reflete no contracheque, quem ganha é toda a sociedade.

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