Ambientes de trabalho saudáveis são fundamentais para o bem-estar físico e emocional dos colaboradores. Porém, nem sempre essa é a realidade vivida por todos os profissionais.
O assédio moral no trabalho, infelizmente, é mais comum do que se imagina, e pode ter consequências devastadoras para quem o sofre.
Por isso, saber identificar os sinais e buscar os seus direitos é essencial para combater esse tipo de violência. Acompanhe esse conteúdo atentamente e saiba mais sobre o tema!
O que é assédio moral?
O assédio moral no ambiente profissional é caracterizado por comportamentos repetitivos que humilham, constrangem, desvalorizam ou isolam um colaborador.
Essas atitudes, que podem vir de superiores, colegas de trabalho ou até de subordinados, geram impactos psicológicos graves, podendo provocar, por exemplo, ansiedade, depressão, baixa autoestima, estresse crônico e até afastamento do trabalho.
Diferentemente de um desentendimento pontual ou uma cobrança legítima, o assédio moral é persistente, sistemático e direcionado a desestabilizar emocionalmente a vítima.
Uma pesquisa da KPMG revelou que as denúncias corporativas cresceram cerca de 28%, em 2024, tendo o assédio moral e a discriminação no topo dos casos.
Muitas vezes, o assédio é feito de forma sutil, o que dificulta a sua identificação e torna o sofrimento ainda maior.
Exemplos comuns de assédio moral
Embora o assédio moral possa assumir diversas formas, alguns comportamentos são frequentemente relatados pelas vítimas:
- exposição constante a críticas injustas ou vexatórias;
- atribuição a tarefas humilhantes ou incompatíveis com o cargo;
- isolamento do colaborador do restante da equipe;
- boatos ou fofocas com o objetivo de desmoralizar;
- gritos, ofensas ou desqualificações na frente de outras pessoas;
- sobrecarga com tarefas impossíveis de cumprir no prazo;
- desprezo da presença do colaborador como forma de punição psicológica.
Essas atitudes, quando frequentes, criam um ambiente tóxico que compromete a dignidade e a saúde do trabalhador.
Como identificar que você está sendo vítima de assédio moral?
É importante que você fique atento ao seu ambiente de trabalho e à forma como é tratado no dia a dia.
Alguns pontos que indicam que você pode estar sendo vítima de assédio moral:
- você sente medo ou angústia ao pensar em ir trabalhar;
- percebe uma mudança significativa no seu estado emocional desde que começou a sofrer certos comportamentos;
- vive se questionando sobre sua competência, mesmo tendo um bom histórico profissional;
- as suas sugestões e ideias são constantemente ignoradas ou ridicularizadas;
- sente-se isolado dos demais colegas sem um motivo claro.
Na maioria das vezes, a vítima demora a perceber que está sofrendo assédio por pensar que pode estar exagerando ou que deve “aguentar firme” para manter o emprego. Porém, é essencial reconhecer que esse tipo de conduta não é normal nem aceitável.
Veja o que diz a lei sobre o assédio moral
Mesmo que o assédio moral ainda não esteja tipificado como crime específico no Código Penal brasileiro, ele pode ser enquadrado em outras normas legais.
A Constituição Federal garante a dignidade da pessoa humana e o direito ao ambiente de trabalho saudável. Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê punições para condutas abusivas.
Empregadores podem ser responsabilizados por danos morais causados a seus funcionários, mesmo que o assédio seja praticado por outro colaborador, caso haja omissão da empresa.
A vítima pode entrar com ação judicial pleiteando indenização por danos morais e, em alguns casos, até pedir a rescisão indireta do contrato de trabalho.
Além disso, alguns estados e municípios possuem legislações específicas sobre assédio moral no setor público.
O que fazer ao sofrer um assédio moral?
Se você acredita que está sendo vítima de assédio moral, é importante agir com estratégia e buscar apoio.
Veja alguns passos importantes:
- Documente tudo: registre datas, horários, locais e detalhes das situações de assédio. Guarde e-mails, mensagens ou testemunhos que possam comprovar os fatos.
- Converse com alguém de confiança: falar com colegas, amigos ou familiares pode ajudar a enxergar a situação com mais clareza e aliviar o sofrimento.
- Busque o setor de RH ou a ouvidoria da empresa: algumas empresas possuem canais específicos para denúncias. Leve seus registros e relate o ocorrido.
- Procure ajuda psicológica: um profissional de saúde mental pode auxiliar no enfrentamento dos impactos emocionais e na reconstrução da autoestima.
- Consulte um advogado ou sindicato: profissionais especializados em Direito do Trabalho poderão orientar sobre quais medidas tomar, inclusive a possibilidade de abrir uma ação judicial.
- Faça uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT): caso a empresa não tome providências, é possível registrar uma denúncia anônima no MPT, que poderá investigar o caso.
A importância de denunciar
O silêncio favorece o assediador. Ao denunciar o assédio moral, além de buscar justiça, a vítima contribui para transformar a cultura organizacional da empresa e proteger outros colegas de passarem pela mesma situação.
É um ato de coragem que pode gerar mudanças significativas no ambiente de trabalho.
Lembre-se de que o assédio moral no trabalho é uma forma de violência que fere a dignidade, a autoestima e a saúde da vítima.
Nenhuma empresa ou profissional tem o direito de desrespeitar você ou seus colegas. Reconhecer os sinais, buscar apoio e exercer seus direitos é fundamental para quebrar o ciclo de abuso e garantir um ambiente de trabalho mais humano e respeitoso para todos.
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